domingo, 25 de abril de 2010

Episódio 7: Poligamia de pensamentos

Sempre ouvi discussões intermináveis sobre a monogamia/poligamia na vida dos seres humanos. Pra dizer bem a verdade, eu nem sei se quero ter uma opinião formada sobre isso, pelo menos não hoje. O que passa pela minha mente neste momento é a questão de quão difícil pode ser tentar estabelecer a monogamia em nossos pensamentos. E porque diabos eu estou pensando nisso? Porque é o que acontece todos os dias, é o nosso “realmente cotidiano”. Nossa relação diária com a mente é totalmente poligâmica. Marcamos um encontro com a palavra decisão e BUM, quem aparece pronto para nos levar pra jantar é o nosso amigo dilema.
É decidir entre o mercado ou a calça linda que você viu na vitrine, decidir entre o emprego longe ou a vida pacata ao lado a família.
Você já viu alguém tomar uma decisão poligâmica? Claro que as pequenas possibilidades existem, afinal, toda regra tem sua exceção “será que levo o vestido vermelho ou o preto?”, na dúvida, levei os dois, tomei uma decisão poligâmica, ou até mesmo se você ficou na dúvida entre o leite integral e desnatado e acabou levando o semi-destanado pra ficar no meio termo (se é que isso é o meio termo de alguma coisa).
Mas a grande maioria das decisões em nossas vidas são do tipo 8 ou 80 e são basicamente divididas entre o racional e o emocional. Junto dinheiro pra comprar uma casa ou faço aquela viagem dos meus sonhos? Invisto na minha carreira ou largo tudo por um grande amor?
É dai que vem a expressão tão corriqueira e verdadeira “não sei se caso se ou compro uma bicicleta” Oh duvida cruel! Tudo bem que a bicicleta poderia ser trocada por um IPhone ou algo do tipo hoje em dia, mas a ideia básica é que nossa mente é totalmente poligâmica no que diz respeito a nossas decisões. Queremos o IPhone, queremos a viagem, queremos o emprego e mais do que nunca, queremos o grande amor, e tudo isso ao mesmo tempo, emocional e racional fazendo uma suruba poligâmica em nossa cabeça! E não me venha com essa de que você não faz esse tipo. Quem é que na vida não quer encontrar um grande amor? Ok, talvez essa seja uma colocação muito forte, mas todos nos queremos ter alguém em nossas vidas, talvez não agora, talvez não tão cedo, mas chega uma hora que bate o desejo de se aquietar com alguém.
Mas até aí está tudo “bunitinho”e monogâmico, você segue sua carreira, compra a tal da casa, faz a tal da viagem e BUM, acha o grande amor, felizes para sempre, não?
Ahh, que bela história idiota, a vida não é uma comédia romântica (graças a Deus), nossas vidas estão mais pra filme de Almodóvar ou até mesmo Tarantino. Tudo acontece do avesso, tudo acontece poligâmico. Você foca em sua carreira, faz intercâmbio, curso disso, curso daquilo e pronto a pessoa aparece bem lá no meio, enfiada naquela hora que você menos precisa, toda sorridente, fazendo você amolecer as suas pernas e mudar todos os seus planos. “Pra que pensar em patavinas de vida profissional, eu quero é fugir com você e morar no paraíso!” Monogamia momentânea de coração, que faz a poligamia de sua mente chegar a mil por hora fazendo você se perguntar 39 vezes: “meu deus do céu, será que essa é mesmo a melhor decisão?”
Confusões a parte, uma coisa eu lhe digo, se já é difícil controlar a monogamia de nosso coração, a poligamia de nossas mentes já está há anos luz destruindo nossa sobriedade e nos levando a loucura diariamente.
Mas cá entre nós, quem é que não sabe que no jogo da poligamia é a falta de controle que faz mais sucesso?

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